26 junho 2011

Crepúsculo...



"Se estiverem no crepúsculo dos vossos dias, então a Itália é certamente o paraíso. Esta é uma terra que não celebra apenas a manhã ou o ostensivo esplendor do dia. Esta é uma terra que ama a noite, os lentos prazeres de comer e conversar, o odor subtil da lavanda no ar da noite e os sons combinados dos novos e dos velhos, desfrutando a noite." 


(Domenica de Rosa in "Aquele Verão na Toscana")

25 junho 2011

Le Botteghe Fiorentine Su Due Ruote....

...ou, todas as profissões que eu não poderia ter desempenhado no passado!!

Il fotografo

No passado mês de Maio, tive a oportunidade de visitar uma exposição de “Botteghe Fiorentine, su due ruote”, ou seja, antigos ofícios que se desenvolviam de terra em terra, sobre duas rodas.

Como uma curiosa e fascinada com o que o passado e as tradições nos podem revelar, adorei a exposição, desconhecia que tantas eram as profissões que se podiam desempenhar com o auxílio de uma bicicleta.
Pelo menos aqui em Florença em séculos passados, era possível ser barbeiro, sapateiro, bombeiro, fotografo, pintor, padre, vendedor de manteiga e sal...entre tantos outros.
As bicicletas em exposição, contavam um pouco da história, eram autênticas preciosidades, repletas com todos os utensílios necessários no desempenho das referidas funções. E em paralelo com a exposição foi publicado um livro com o mesmo título, com imagens, histórias e curiosidades em redor destes ofícios.

E quem sabe se não é aqui, em Itália, local onde Leonardo da Vinci criou um dos modelos deste interessante veículo, que adquiro a capacidade para me deslocar sobre duas rodas!


Il Pompiere

Il Bottaro
Il Barbiere

13 junho 2011

12 junho 2011

The Brownings...



Nesta minha cidade adoptiva, vivo na mesma rua em que viveram, no século XIX, os poetas Browning (Robert e  Elizabeth), um casal que fugiu de Inglaterra no ano de 1846, para poder viver secretamente e longe de proibições o seu grande amor, escolhendo assim Florença para testemunhar a sua união e inspirar muita da sua melhor poesia.
Por coincidência a poetisa Elizabeth Browning, escreveu “Sonnets from the Portuguese”, que ao que tudo indica fazem referencia às “Lettres Portugaises”, escritas por  Soror Mariana Alcoforado, personagem importante da cidade que me viu nascer, Beja. 

“How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candlelight.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.
I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints,—I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life!—and, if God choose,
I shall but love thee better after death.”

(sonnet 43,  Elisabeth Browning) 

08 junho 2011

Arte passageira...



Ao visitar Florença pela primeira vez, conheci também pela primeira vez as admiráveis obras dos Madonnari, reproduções de grandes obras de arte, no chão, em plena calçada.

Quando para cá vim viver e porque o local onde estes artistas trabalham, fica de passagem para  a minha casa, passou a ser frequente, quase diariamente, apreciar este trabalho. Comecei a fotografar e a denominar de forma simpática estas “obras” de “arte passageira”, não só porque as apreciamos de passagem, como também a obra que está lá hoje, amanha já passou...estará uma nova.

Além de Florença, é possível encontrar os Madonarii em Roma, Milão, Veneza, Bologna, assim como em tantas outras cidades Italianas e também Europeias, como Paris, Barcelona e Madrid.

Não consigo passar por estes criadores sem espreitar qual a obra do grande artista do passado que estão a reproduzir ou se simplesmente estão a ilustrar algo próprio, fruto da sua criatividade. De tal modo que já tive a oportunidade de ficar à conversa com um dos Madonarii e rabiscar a minha própria “arte passageira”.

Algumas imagens de "arte passageira".

07 junho 2011

Arezzo...

Arezzo - Piazza Grande
No passado fim-de-semana fui até Arezzo, há muito que pensava conhecer esta terra, mas também queria conhecer o maior mercado de Antiguidades, como tal programei a minha visita na altura em que  esse acontece. 
Como grande apreciadora de mercados de Antiguidades (feiras e mercados no geral, devo confessar!) tinha muita curiosidade com este em particular, que havia “conhecido” através dos livros de Frances Mayes. 
Não imaginava é que ia conhecer a própria cidade, seguindo as bancas, pois o centro histórico estava transformado num mega mercado. 
E desta forma foi possível apreciar relíquias do passado dispersas por ruas que contam tanto do passado... 
O centro histórico é pequeno e acolhedor como na maioria das cidades da Toscana, neste em particular predominam algumas memórias da sua fundação pelos Etruscos, do seu grande desenvolvimento no período romano e da sua importância durante  a Idade Média como uma cidade rica em ouro e joalharia. 
O mais imponente é a Piazza Grande, rodeada de Palazzi góticos e renascentistas. 

Além das ruas do mercado, o passeio continuou por outras ruelas,  descobrindo escuros  e velhos ateliers com cheiro a madeira, onde se restaram as madeiras antigas, depois vendidas no mercado.  

E ainda houve tempo para beber um cappuccino ao som do bater da claquete e assistir à rodagem de algumas cenas de um filme, só não descobri qual! 
Regressar a casa satisfeita e com a ideia de regressar a Arezzo...e obviamente  com a ideia de continuar a conhecer a Toscana.


Mercado de Antiguidades

Palazzi
Ruelas antigas