Por vezes gosto de pensar nas amizades, como os ramos de uma árvore...há
aqueles grandes, que se vêem muito bem, os que estão sempre presentes.
Depois há aqueles, mais pequenos, que muitas vezes nem se vêem, mas estão lá
sempre, um pouco mais distantes, os quais só precisamos de estar mais
atentos para os ver...
Quando cheguei a Florença, já conhecia algumas das pessoas, com que ia
conviver e trabalhar. Mas, como aqui referi, muitas foras as caras e novas pessoas que se cruzaram na minha vida nos primeiros tempos…
Na primeira semana, conheci a M. , uma simpática Australiana e a E., uma Inglesa super enérgica (a irmã gémea, loira, separada a nascença de uma grande amiga minha), que me fizeram imensa companhia e com as quais partilhei a minha aventura na “busca de casa”...
E é incrível, como duas pessoas, com as quais simplesmente partilhei
alguns momentos, me marcaram tanto, e são sem duvida duas pessoas que guardarei
para sempre na minha mente com um carinho muito especial. Infelizmente com a E.
nunca mais tive contacto.
Mas, com a M., falamos pelo menos uma vez por ano, pois também foi com ela
que surgiu uma maior e imediata empatia. Mal nos tínhamos conhecido e já
partilhávamos histórias de vida e sonhos...parecia que nos conhecíamos desde
sempre!
Ontem, falei novamente com ela, e foi muito agradável, não falávamos há
muitos meses, e ficamos a recordar o tempo que passou desde que nos conhecemos,
a recordar conversas que partilhámos....e mais uma vez, a dividir sonhos e a
contar como tem sido as nossas vidas nestes último meses.
E é inexplicável, como consigo falar com ela como se fossemos velhas amigas de infância, e como se falássemos quase todos os dias, uma
pessoa que não sei se vou voltar a encontrar...
A M. é um daqueles ramos da minha árvore da Amizade, um pequeno, que
raramente se consegue ver, mas que está sempre lá, sempre disposta a ouvir as
minhas histórias, a contar as suas longas viagens (recentemente fez uma longa
viagem por toda a América do Sul, e actualmente vive no Canada), a rir e a
partilhar sonhos...Só é preciso, nunca me esquecer que esse ramo existe, está lá
bem escondido, e que é necessário “olhar” para ele de vez em quando.
belissimo.
ResponderEliminarTal como já te disse ... ESCREVES MUITO :)
ResponderEliminarIa dizer piú bello. O Filipe adiantou-se.
Beijinho
“Há uns que nos falam e não ouvimos; há uns que nos tocam e não sentimos; há aqueles que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas... há aqueles que simplesmente vivem e nos marcam por toda vida.”
ResponderEliminar(Hannah Arendt)
O que o Filipe disse é a definição certa da amizade. É um não sei o quê que sentimos e a empatia que se sente é para sempre.
ResponderEliminarA AMIZADE é como uma Árvore com um tronco forte e com ramos que são braços que nos abraçam e embalam no carinho do sentimento.