É sem dúvida o
“postal” de Florença, a imagem mais conhecida desta cidade. Todos os que a visitam, querem tirar uma foto da, ou na Ponte vecchio...Eu própria, acho
que a fotografo todas as semanas. Mas, como costumo dizer, é uma ponte muito
fotogénica, e depois eu tenho o privilégio de passar na outra, na ponte Santa
Trinitá e contemplar a “ponte fotogénica”...a diferentes horas do dia, com
diferentes tonalidades, sob uma luz natural diferente, em dias de sol, em dias
de chuva....E todos esses instantes são bons para a captar.
Como aqui disse, é também um ponto de contemplação e meditação!
Uma ponte que remonta a 1345, a mais antiga de Florença, inicialmente albergava as oficinas de carniceiros, curtidores e ferreiros (e que utilizavam o rio como escoadouro dos desperdícios), estes foram desalojados em 1593, por causa do ruído e do cheiro que provocavam. Reconstruiram-se as oficinas que foram ocupadas por ourives e as lojas que passaram a ladear o tabuleiro da ponte, continuam ainda hoje a especializar-se em joalharia antiga.
Esta ponte foi sempre amada
por muitos, consta que Hitler, em 1944, ordenou que todas as pontes de Florença
fossem destruídas, excepto a que ele mais amava...a Ponte Vecchio (para grande infelicidade do seu amigo Kriegbaum, que também nutria uma paixão por uma das pontes de Florença, mas a Santa Trinitá).
Pois bem, eu gosto muito de a contemplar e fotografar, mas o que eu gosto mesmo e de
atravessá-la à noite, quando as portadas de madeira das lojas estão fechadas, e
a ponte esta deserta! Pois nesse momento consigo viajar no tempo e sentir a
antiguidade daquela ponte, sentir a sua genuinidade...
Durante o dia,
por vezes gosto de atravessá-la para sentir o alucinante movimento, mas na maior parte do tempo fujo, daquela confusão, principalmente nos dias em que é necessário pedir
licença, para conseguir passar...
Agora que a
atravesso algumas vezes à noite,
em que sou apenas eu, uma ponte medieval e o rio Arno, consigo imaginar-me
naquele ambiente, mas alguns séculos antes...E acreditem, à noite o interior
desta ponte torna-se muito mais atraente. Se fechar os olhos, consigo ouvir os
cascos de um cavalo na calçada, as luzes que a iluminam facilmente se
transformam em archotes, e de uma das janelas do palácio em frente consigo
ouvir o som de um Cravo, que delicia o serão de uma nobre família...
Quando volto a
abrir os olhos, sinto o frio da noite, volto a caminhar depressa, para alcançar o
meu prédio, que também já foi um palácio, e onde ainda hoje se ouve o som de um violino...
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