tem o rio?
Sua infância flui
sempre menimesma
Sua voz permanece azul,
água aberta, alçapão
por onde o tempo perde a voz
e o imenso se faz imerso
Fumo molhado
que todos bebemos
crença que aprendemos:
a vontade do rio
morrendo eterna no infinito
Pássaro:
quem decepou tuas raízes?
Terra fluida
e transparente,
margem e leito
se invertem no percurso
até o mundo
ser um rio de águas lentas,
sólidas e sonolentas
tão devagarosas
que escapam da moldura do tempo"
(Mia Couto)
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