"Meu coração não está nas largas avenidas nem repousa à tarde, para lá do rio. Nada acontece. Nada. Nem, ao menos, tu virás despentear os meus cabelos.
Nem, ao menos, tu, neste tempo de angústia vens dizer o meu nome ou cobrir-me de beijos. Ah, meu coração não está nas largas avenidas nem repousa à tarde, para lá do rio.
A cidade enlouquece os meus olhos de pássaro. Eu recuso as palavras. Sei o nome da chuva. Quero amar-te, sim. Mas tu hoje não voltas. Tu não virás, nunca mais, ó minha amiga.
Nada acontece. Nada. E eu procuro-te por dentro da noite, com mãos de surpresa. Meu coração não está nas largas avenidas nem repousa à tarde, para lá do rio.
E tu, longe, longe. Onde estás meu amor, que não vens despentear os meus cabelos? Eu quero amar-te. Mas tu hoje não voltas. Tu não virás, nunca mais, ó minha amiga. "